O que é Linfoma de Hodgkin?

O que é Linfoma de Hodgkin? Foto: Pixabay
O que é Linfoma de Hodgkin? Foto: Pixabay

O linfoma é um câncer do sangue, assim como a leucemia. Entretanto, enquanto a leucemia tem origem na medula óssea, o linfoma surge no sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório, como do sistema imune. O sistema coleta e redireciona para o sistema circulatório um líquido claro, chamado linfa, e contém células de defesa (glóbulos brancos), chamadas linfócitos. Também fazem parte desse sistema os gânglios linfáticos, chamados de nódulos linfáticos ou linfonodos, e órgãos como timo, baço e amígdalas, todas as estruturas envolvidas na produção de linfócitos, o que inclui a medula óssea e o tecido linfático associado ao sistema digestivo.

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Há dois tipos de linfomas: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 3.530 novos casos de linfoma de Hodgkin devem ser diagnosticados este ano, sendo 1.480 em homens e 1.050 em mulheres.

Existem dois tipos de linfomas de Hodgkin, classificados a partir da presença ou não das chamadas células de Reed-Stemberg, que, ao contrário dos linfócitos B normais, são muito grandes, têm muitos núcleos ou dois que parecem olhos de coruja. Essas células estão presentes na forma clássica da doença, que é a mais comum (95% dos casos) e responde muito bem à quimioterapia. A forma clássica do linfoma de Hodgkin, por sua vez, tem quatro subtipos:

Subtipo esclerose nodular: os gânglios ou nódulos linfáticos afetados têm áreas com células normais, com células de Reed-Stemberg e áreas com fibrose. É o tipo mais comum e ocorre em 60% a 80% dos casos. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum entre adolescentes e adultos jovens.
Subtipo de celularidade mista: apresenta grande quantidade de células de Reed-Stemberg, além de outros tipos de células. Representa de 25% a 30% dos casos e costuma atingir adultos mais velhos
Subtipo rico em linfócitos: é raro, geralmente afeta a parte superior do corpo e costuma ser encontrado em poucos gânglios linfáticos.
Subtipo de depleção linfocitária: é o subtipo mais raro da forma clássica, o mais agressivo e geralmente diagnosticado em estágios avançados. Costuma atingir gânglios linfáticos do abdome, baço, fígado e medula. Atinge idosos e portadores do HIV.
A outra forma de linfoma de Hodgkin é o nodular de predomínio linfocitário, que responde por 5% dos casos e é caracterizado por uma variação das células de Reed-Stemberg, que se assemelham a pipocas e às vezes são chamadas de células pipoca. Ele costuma aparecer em gânglios linfáticos do pescoço e axilar e é tratado de maneira diferente dos tipos clássicos desse linfoma.

O diagnóstico de linfoma de Hodgkin é feito por meio de biópsia excisional do gânglio linfático, isto é, a remoção do nódulo comprometido e sua análise ao microscópio. As células do linfoma também serão analisadas para determinar de que tipo de linfoma de Hodgkin se trata. Uma punção/biópsia de medula também pode ser necessária, além de exames de sangue, para avaliar função renal e hepática, e teste de função pulmonar.

Os exames por imagem podem incluir raio-X, tomografia, ressonância magnética e PET-CT.

ESTADIAMENTO
O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou outros órgãos. O sistema de estadiamento do linfoma de Hodgkin é a Classificação de Lugano, que usa algarismos romanos e vai de I a IV. Nos estágios I e II, quando a doença é considerada limitada, a letra E (de Extensão) é acrescentada se o linfoma é encontrado em órgão fora do sistema linfático.

Estágio I (ou estágio inicial)
O linfoma é encontrado em apenas uma área de um gânglio linfático ou em apenas uma área de um órgão do sistema linfático (I); OU
O linfoma é encontrado em apenas uma área de um único órgão do sistema linfático (IE).

Estágio II (ou doença localmente avançada)
O linfoma está em dois ou mais grupos de gânglios linfáticos do mesmo lado (acima ou abaixo) do diafragma; OU
O linfoma é encontrado em um grupo de linfonodos e numa área ou órgão próximos (IIE).

Estágio III (ou doença avançada)
O linfoma é encontrado nas áreas de gânglios linfáticos acima e abaixo do diafragma; OU
O linfoma está nos gânglios linfáticos acima do diafragma e no baço.

Estágio IV (ou doença disseminada)
O linfoma se encontra fora dos gânglios linfáticos em um ou mais órgãos e pode ter atingido os gânglios linfáticos próximos a esses órgãos; OU
O linfoma está em um órgão fora dos gânglios linfáticos e se espalhou para órgãos distantes; OU
O linfoma está presente no pulmão, no fígado ou na medula ou líquido e não atingiu esses órgãos a partir de áreas próximas.

Tratamento

A quimioterapia é o principal tratamento para o linfoma de Hodgkin e sua duração depende da extensão inicial da doença, podendo variar de três a oito meses de tratamento quimioterápico. A radioterapia é usada após a quimioterapia. A maioria dos linfomas de Hodgkin responde bem a esse tratamento, mas, se isso não ocorrer, o médico pode indicar um transplante de células-tronco (transplante de medula), que pode ser autólogo, quando são usadas células do próprio paciente, ou alogênico, quando a medula vem de doador.

Fonte: AC Camargo

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